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sábado, 27 de dezembro de 2014

Minha tatuagem.

Oi, lindxs!

Algumas pessoas vieram me perguntar, ainda na Inglaterra, sobrea minha tatuagem. Pois bem, hoje eu vim contar toda a história dela.

Eu SEMPRE quis uma tat. Desde pelo menos os 16 anos eu venho acumulando ideias e mais ideias de rabiscos pelo corpo e, quando eu fui aceita para o CSF eu tinha certeza de que voltaria da Inglaterra com um desenho de "souvenir". Demorei, demorei... mas em julho desse ano, eu finalmente tomeu coragem e fiz! 

Foto da minha andorinha linda tirada no mesmo dia (na mesma hora) em que eu fiz a tat. 
Então. A ideia de uma andorinha não surgiu 100% consolidada na minha cabeça. A única certeza que eu tinha é que eu queria um pássaro, por dois motivos principais:
1) Meu poema favorito:

Acho que todo mundo que é brasileiro e minimamente incluído no mundo digital já leu o famigerado Poeminha do Contra. Vocês podem não saber que esse é o nome do poema. Que quem escreveu foi Mário Quintana. Mas vocês já devem tê-lo lido...

"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"

Eu, particularmente, sou apaixonada pela simplicidade e força dessas palavras. Basicamente ele te diz: "Cara, f**a-se essa galera recalcada que te puxa pra baixo! Você foi feito pra voar sobre todos esses obstáculos! Cê é pássaro, guria, voe!" 
E essas palavras tiveram especial significado justamente quando eu estava no meio do meu processo de inscrição para o CSF, por motivos bem pessoais. Mas resumindo: felicidade alheia incomoda, e vocês sabem como é, né?

2) Meu amor por viagens:

Quantas vezes durante esse intercâmbio e durante a minha vida eu desejei ter asas. Asas que me levassem a quaisquer lugares que eu ousasse sonhar. Bom, de certa forma o CSF realizou meu sonho e me deu asas. Queria representar essa bênção, e por que não desenhando um pássaro no meu corpo.

A partir daí foi trabalhar nos pormenores dessa tatuagem, que teria um pássaro em seu design. Dentre as minhas ideias, havia: 

- Incluir um pássaro entremeio a muitos dandelions, o nosso dente-de-leão, já que mais pro final do meu intercâmbio, durante a primavera europeia, em todo canto havia dandelions e/ou o frufru que sai deles. Tirei muitas fotos e ainda fiz um poeminha, que vocês podem ler aqui.


Eu e minha paixão por dandelions.
- Tatuar um pássaro que representasse bem a Europa: uma magpie. Quem já foi à Europa tanto pra morar como pra visitar já deve ter visto esse pássaro lindo, primo dos corvos, de plumagem branca, preta com tons de azul. É lindão mesmo, e eu considerei fortemente tatuá-lo... até me tocar do significado. Magpie é um bicho ordinário, interesseiro e frívolo. Rouba tudo que é coisa brilhosa que encontra pelo caminho e leva pro ninho. Enfim, é um bicho cafajeste e eu não queria isso representado em mim (por mais lindo que seja).

Magpie: bonitinho e ordinário.
- A tatuagem da Amy. Bom, eu sou super fã da Amy Winehouse. Tudo bem que ela era louca, drogada e despirocada, mas ela tinha personalidade e eu quase morri com a morte dela. Um dos meus grandes arrependimentos foi o de não ter ido no show dela quando ela foi ao Rio, mas enfim. Uma das tattoos dela era um pássaro (muito mal desenhado) com os dizeres "Never clip my wings". Eu não copiaria a torto e a direito (até porque, como eu disse, era uma parada bem escrotamente desenhada), mas eu tomaria isso como base e estilizaria uma tat similar pra mim. A ideia desandou nem sei por quê... 

<3
- Por fim, um amigo me disse: "por que você não faz um swallow?" Até então eu nem sabia que swallow era andorinha, mas eu sabia que ela era o pássaro dos viajantes. Que a tatuagem de um swallow on the left shoulder era a marca de quem curtia uma viagem. Até então tudo lindo, né? O problema é que essa tatuagem é mó comum, e eu não queria uma coisa que todo mundo tinha... 

Mas aí é que entra um bom profissional! 

Eu fiz a minha tatuagem no Manchester Tattoo Emporium, em Manchester (óbvio), com o artista Magik Essa aqui é a página deles no FB. 

O processo foi mais ou menos o seguinte: cheguei lá em um dia impulsivo e marquei um horário pra próxima segunda. Eu tive que dar mais ou menos o tamanho, local e ideia da tat, que no meu caso seria a andorinha em preto e branco (não queria cores de jeito nenhum), em cima da minha escápula esquerda, e eles me deram o valor. Eu tive que deixar £20 de entrada, pelo agendamento. 
E escolha do local não foi pelo significado somente... eu queria escolher um lugar que eu não visse com frequência em meu próprio corpo, e que não sofresse alterações bruscas com as variações de peso (hello, efeito sanfona!). E outra: também não queria que fosse em um lugar que se alterasse com gravidez, por exemplo as costelas ou barriga de modo geral. A escápula foi uma solução supimpa.

Chegando lá no dia é que eu e o artista fomos decidir o design final. Cheguei lá cheia de ideias que foram completamente desconstruídas hahaha. Depois que eu disse que queria um swallow, ele simplesmente jogou no Google (!!!), a gente escolheu uma imagem juntos, decidimos o tamanho e ele imprimiu pra fazer uma arte por cima da imagem. Assim, na hora. Artista é artista, né? E eu fui bem corajosa também, porque, vejam bem, a imagem escolhida foi essa: 


Que é uma parada, ao menos aos meus olhos, bem diferente do resultado final (que é muito mais lindo, modéstia à parte). Quando ele finalmente chegou com o decalque, eu simplesmente sentei lá e deixei o Magik fazer a mágica dele, rs. 

Todo o processo (desde escolha do desenho à tat finalizada) durou umas 4h e, sim, foi feita em apenas uma sessão. Se doeu? Não... apesar de dor ser um aspecto bem subjetivo, já que cada indivíduo tem um limiar diferente pra dor. No meu caso, não. Senti uma agulhada mais forte aqui ou ali, mas de modo geral foi uma dorzinha até bem gostosa. Saí de lá já querendo fazer mais! 


 

As recomendações dadas a mim foram as básicas: bepantol, plástico filme, evitar água e sol, não coçar, etc. A minha cicatrização foi super de boa. Em menos de uma semana a tat já tinha descascado e cicatrizado completamente.

Pra quem anda curioso, o valor que eu paguei foi £165 no total. Foi caro? Foi. Mas acho que sendo uma parada permanente no seu corpo, você tem mais é que gastar o suficiente pra fazer algo com alguém muito bom e que não deixe você morrendo de arrependimento depois. Eu sei que eu não me arrependo de ter gastado metade da minha bolsa com isso, porque no final das contas, eu sou completamente apaixonada pela minha tat. Morro de amores mesmo. 

E é isso, gente. Se vocês tiverem mais alguma dúvida, ou caso queiram perguntar mais coisas, sintam-se livres para deixar um comentário aqui em baixo!


Beijocas!


Retrospectiva CSF: mês a mês com foco nos quilinhos do intercâmbio.

Oi, lhendos!

Então, hoje eu vim cá fazer uma retrospectiva mês a mês do meu ano de CSF, a aproveitar pra bater um papo sobre uma parada que assombra a cabeça de muito pré-intercambista (e intercambistas propriamente ditos também): os quilinhos do intercâmbio. 


Talvez as meninas se identifiquem mais com esse meu post que os meninos. Mas eu falo por mim, sim? Acho que o meu maior medo de ir pra Inglaterra passar um ano era o tanto que eu ia engordar. Parece fútil, mas insegurança com meu corpo é um mal que me assola desde que eu me conheço por gente. Passei por períodos magros, períodos gordos, períodos com transtorno alimentar e, finalmente, tinha chegado a um patamar de período "saudável". O prospecto de sair do meu ciclo saúde e cair de novo em um período doente era aterrorizante. Mas é claro que eu não ia desistir da viagem da minha vida por uns quilinhos futuros, né?

Mas então, respondendo a pergunta do título do post, baseado na minha experiência pessoal: os quilinhos do intercâmbio existem sim senhores. Especialmente se você tem uma tendência à gordice, que é claramente o meu caso. Imagino que os magrinhos que lutam tomando whey e malhando freneticamente pra ganhar peso acabem emagrecendo, Mas enfim, o blog é meu e eu vou falar de gordura. 

Então, por questões informativas, vou exemplificar a evolução dos quilos ganhados em imagens. Perdão se alguma das minhas fotos ofenderem os leitores queridos. Lembremos sempre que a beleza vem em todos os tamanhos! Vamos lá?

1) Pré-UK, pré-dieta


Antes de ter colocado na minha cabeça que eu queria ir pra Inglaterra, eu estava assim, com 72kg e relativamente feliz. Quando eu decidi ir, decidi também começar academia e uma alimentação mais saudável. Isso foi mais ou menos em abril (essa foto foi tirada em fevereiro de 2013).

2) Pré-UK, pós-dieta



Então no início de maio eu entrei na academia e comecei a dieta. Muito spinning e aeróbico depois, foi assim que eu fiquei em agosto de 2013: com 68kg estáveis. Digo estáveis porque eu cheguei a 65kg, mas sabe como é dieta, né? A cada kg perdido, você precisa manter por 1 mês pra estabilizar. Então os meus 65kg foram embora super rapidinho depois que eu parei de me exercitar. 

3) Primeiras semanas de UK: o emagrecimento ansioso.



Assim que eu cheguei na terra da rainha, eu tive um período de emagrecimento ansioso: eu não tinha fome, só queria saber de conhecer conhecer conhecer andar conhecer. Essa fase durou no máximo umas duas semanas, e eu dei uma emagrecida de uns 2kg nessa época. Como eu disse, foi um emagrecimento instável. Logo logo eu engordei. 

Daí em diante foi só por água abaixo. Vou postar fotos mensais aqui pra vocês, de Outubro em diante, de acordo com os pesos que eu me lembro ter tido.

Setembro 2013

Percebam que eu ainda estava ~magrinha. Atentem pros braços e a bochecha, principalmente. 

Turistando na Chinatown.
Com o Augusto, CSFer talentosíssimo que acabou de lançar o álbum Cachalote. Cliquem aqui pra verem a página dele no Facebook!
Primeira freshers party, na Tiger Tiger, com a Kezia. 
Outubro 2013

Em outubro eu já estava de 68 pra 69kg, então não é um senhor aumento né? Mas eu me lembro bem que ao final da minha daytrip pra Liverpool (vide foto), eu vi as fotos da câmera e chorei feito uma criança. Sim, chorei alto e com soluços de bebê porque eu me achei gorda. Like I said: probleminhas. Hoje em dia olhando as fotos desse dia, eu quero voltar no tempo pra me dar uns tapas na cara. Aff.
No Etihad Stadium, muito bem acompanhada, assistindo Man City vs Bayern de Munique pela Champions League.
68-69kg, em Liverpool.
Novembro 2013

Em Novembro eu fui pela primeira vez a Londres, e fiquei lá na accommodation do meu amigo Arthur, que estava na University of East of London. Me lembro bem que depois dos meus dias lá (acho que foram uns 3), eu cheguei em casa, me pesei e estava com 69kg. So far, so good.

Com o Arthur, na UEL.
No Xmas Market em Manchester <3
Dezembro 2013

Em dezembro, lá pelo natal, eu sei que já tinha chegado nos 70kg ou mais. Acho que estava entre 70 e 71, e não preciso dizer que já estava querendo morrer. 

Eu e o ex-boy no almoço de natal.
Eu (bochechuda) e melhor amigo gay na nossa night out, pra comer xuxiiiiii! 
Janeiro 2014

Foi quando eu fiz minha viagem pra Irlanda, e minha primeira Eurotrip. O que aconteceu foi que nos 15 dias de viagem que eu fiz, eu emagreci consideravelmente e fiquei toda feliz. Acho que eu cheguei nos 69kg de novo. Talvez 68. 

Assim eu estava no início da viagem em Portugal, primeiro país.
Aqui já na Espanha, um pouco mais magra. 
No Louvre!
Fevereiro 2014

Meio que me mantendo nos 70-71kg em fevereiro. 

Valentine's Day.
Cozinhando cachorro quente a la brasileira e pão de queijo pros meus machos.
Abril 2014

Abril foi quando eu fiz a minha viagem com a minha mãe e minha irmã, e aí foi só Jesus na gulodice. Viajar com família é gostoso, mas quando são 20 dias na estrada rola um estresse básico... muito McDonalds e porcariada depois, eu engordei uns bons 2 ou 3kg nessa viagem, e não consegui emagrecer depois. :( Eu culpo a Itália. Malditas pizzas e gelattos. 


Bruxelas
Veneza
Maio-Agosto 2014
Como eu disse, não consegui emagrecer. Aliás, foi só piorando. Sei que eu cheguei a 75kg entre Maio e Agosto, e bem no finalzinho tentei fazer uma dieta e voltei pra 73kg.

Bochechões em Maio, do lado de fora do teatro, esperando começar a última peça que eu assisti: Last Days of Troy, com a linda Lily Cole (que canta muito mal, por sinal).

Junho, na abertura da Copa.
Assistindo ao Jogo Brasil x Chile no Footage, em Manchester. Nessa época eu já tinha terminado (há algum tempo), e tem umas fotos ma-ra-vi-lho-sas em que eu tento seduzir um chileno gatinho (e falho miseravelmente), Mas nem a caral*a eu compartilho.
Essa eu tirei no dia em que eu fui fazer meu piercing, também em Junho, e representa bem a neura da pessoa. Eu já estava me sentindo um lixo considerável. "Take your meds. Shut up. You are not ugly nor fat."


Nessas fotos aqui eu estava me arrumando pra ir pro cinema com um gatxeeenho que eu tinha conhecido na balada. Claro que também tem história pra contar, e tem é muita (e ela envolve o cara tendo amnesia alcoolica e dormindo no cinema). Mas fato é que eu estava doente essa semana, tão doente que não conseguia me alimentar (sim, pra isso acontecer comigo eu tenho que estar DOENTE em caixa alta). Tava com uma auto-estima ótima.

Saint John's party.
Brazil x Colômbia, no Footage.
Fazendo a tat, no Manchester Emporium Tattoo <3 Beleza renascentista!
Dando um rolê em MCR, trabalhada no look de Pocahontas renascentista.
O último churrasco, quando a gordinha largou a câmera pra fazer gordice.
Mojitos?! Eu ouvi mojitos????
E foi assim que meu ano se passou, gente. As últimas fotos são as das últimas semanas, em Agosto, mas eu não consigo encontrar de jeito nenhum no meu computador. Vou procurar depois e atualizo o post, tá?

É preciso ressaltar que eu não acho um corpo gordinho feio em nenhuma hipótese. Eu luto todos os dias pela auto-aceitação, mas tendo meu histórico de distúrbios sempre foi difícil me aceitar como uma pessoa maior que a média.

O meu ano de Inglaterra foi essencial pra eu reconsturir a minha auto-estima perdida, e eu sou muito, muito grata por isso. Foi essencial também pra eu aprender a separar uma vida magra de uma vida saudável. Eu não era saudável, e isso refletiu no meu corpo. Quando eu cheguei no Brasil, a primeira medida foi retomar os meus hábitos saudáveis, muito mais que retomar o corpo que eu tinha antes (que nunca foi ~fitness~, diga-se de passagem). O que veio foi consequência. 

Saúde >>>> magreza. Todos os corpos são lindos, contanto que sejam saudáveis! 

Eu sei que esse post destoou um pouco dos objetivos do blog, mas espero que vocês tirem algum proveito dele! Em breve eu posto mais sobre as mudanças nos meus hábitos de vida pós-regresso ao Brasil, e todas as mudanças refletidas no meu corpo também!

E deixo de recomendação esse perfil do Instagram aqui, ó, que é de uma gringa anti body shaming lindíssima! 


Beijocas, galera! E um Feliz Natal, Feliz Ano Novo, Feliz Feliz Feliz!


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Os cinco maiores arrependimentos e suas aplicações no CSF.

Olá, gente!

E aí, vocês já pensaram em quais os maiores arrependimentos que uma pessoa pode ter na vida?
Então, uma amiga CSFer compartilhou no FB um texto maravilhoso (não escrito por ela) sobre exatamente isso. E o lendo, eu cheguei à conclusão de que esses grandes arrependimentos se baseiam em muitas escolhas que nós, enquanto intercambistas, devemos/temos a oportunidade de fazer. 
Os cinco arrependimentos mais comuns das pessoas em leito de morte, segundo Bronnie Ware, a autora do texto original, são:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim.
Segundo ela, o arrependimento mais comum de todos. Quantos de vocês fazem exatamente o que te deixam genuinamente feliz? Complexo, né? Muitas vezes, enquanto estudantes, dependentes dos nossos pais e familiares, nós acabamos deixando a nossa própria felicidade em segundo plano, em prol de ser a versão mais aceita por quem te sustenta. Bom, está na hora de mudarmos essa concepção!
Cada ser humano tem uma, e somente uma, chance de viver (claro que eu estou ignorando todas as teorias espiritualistas de reencarnação aqui). Você tem uma chance, seus pais tiveram/têm a deles, seus avós, seu namorado(a), seus amigos... vamos combinar uma coisa? Cada um cuida da própria felicidade, e deixa a felicidade do outro pro outro! Simples, né? Pois é, mas na verdade isso é bem difícil.
Se seus pais esperam que você se forme o quanto antes e por isso sejam contra esse "atraso" de um ano devido ao CSF, meu conselho é: conversem. Expliquem que na vida nós só temos uma chance, e que se tem um ditado verdadeiro é que "é melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito". 
Se você é pai/mãe e é contra seu filho viajar de intercâmbio, eu rogo: não façam isso! Confiem, apoiem, conversem! Deem a chance de seus filhos fazerem suas próprias decisões, e acertarem ou errarem por si mesmos! Tudo nessa vida é aprendizado!

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tão duro.
Essa vale pra quem acha que CSF é perda de tempo. Que o que importa na vida é seguir esse fluxo unidirecional de formação que institui que depois do ensino médio e do pré-vestibular vem a faculdade, e dentro dessa faculdade deve-se seguir do início ao fim sem maiores reviravoltas. O negócio é entrar calouro, sair com um diploma e isso aí. Estudar, estudar, estagiar, estudar. Coeficiente de rendimento maior que 8. Prova de residência. Trabalho. Concurso. 
Caramba, gente, a vida não é um fluxograma! Permitam-se extraviar um pouquinho desse pensamento tão ortodoxo! 

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
Não baixem a cabeça e aceitem tudo o que lhes é imposto. Isso vale como complemento ao número 1. Se você quer muito viajar e não está tendo apoio, conversem. Expressem-se. Sempre.
Sentimento guardado é mal pra corpo, mente e espírito.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
Taí uma problemática dos intercâmbios, né? Ou mudanças de modo geral. Eu confesso que eu tenho esse arrependimento, apesar dos meus poucos 23 anos.
É complicado quando você muda de ambiente completamente manter as velhas amizades... até porque vocês vão conhecer novas pessoas, vão criar vínculos tão fortes quanto os outros, e é até meio compreensível que vocês "esqueçam" dos amiguinhos que passaram. Mas não, gente! Resistam ao instinto de fechar as portas do passado, porque isso faz falta. Grazadeus existem as redes sociais pra ajudar a galera nesse ponto né? God save the Queen Faceebok. 

5. Eu gostaria que eu tivesse me deixado ser feliz.
Reiterando tudo o que já foi dito até agora, qual a mensagem principal? Isso mesmo: o importante é a sua felicidade! Lutem por ela!

Bronnie Ware, enfermeira que durante anos cuidou de pacientes no leito de morte, escreveu o livro “The Top Five Regrets of the Dying – A Life Transformed by the Dearly Departing”, que, como o título diz, trata dos cinco arrependimentos mais comuns manifestados pelas pessoas antes de morrerem. 


E aí, vamos fazer as escolhas certas? 
O texto original vocês encontram aqui.



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A red, red rose - um pouquinho da cultura Escocesa.

Oi, lindos!

Hoje eu estava procrastinando navegando no "feice" quando uma amiga minha postou uma foto de uma rosa vermelha. Sim, uma simples "red rose". A questão é que desde que eu me tornei familiarizada com o poema "A red, red rose" do Robert Burns, um bardo escocês, rosas vermelhas me remetem à Escócia!

Yay Scotland!


Percebam que eu dei a louca nos comentários.
Claro que eu não sou a maior mestre do mundo em cultura, ainda mais Escocesa, mas resolvi compartilhar com vocês esse poema lindíssimo, escrito em inglês antigo, e bem tradicional da Escócia... tão tradicional que seus versos são estampados em vários cartões postais (eu inclusive tenho um!). Quando eu fui à Edimburgo, em Janeiro desse ano, eu visitei o Writers Museum (gratuito, olha a dica), e uma das salas dele é todo dedicada a Robert Burns! O cara é realmente famoso, e, veja bem, eu nem o conhecia!



Meu postcard em uma foto muito, muito mal tirada.
O poema na íntegra é: 

O my Luve's like a red, red rose, 
That's newly sprung in June: 
O my Luve's like the melodie, 
That's sweetly play'd in tune. 

As fair art thou, my bonie lass, 
So deep in luve am I; 
And I will luve thee still, my dear, 
Till a' the seas gang dry. 

Till a' the seas gang dry, my dear, 
And the rocks melt wi' the sun; 
And I will luve thee still, my dear, 
While the sands o' life shall run. 

And fare-thee-weel, my only Luve! 
And fare-thee-weel, a while! 
And I will come again, my Luve, 
Tho' 'twere ten thousand mile!

Percebam as palavras "zoadas"! À primeira impressão, você lê e pensa: minha nossa, como eu sou iliterada na língua linglesa! Acreditem, eu me senti assim. Mas logo logo você pega as manhas do ingês antigo e consegue "traduzir" a mensagem. Eu não sei tudo dessa variante antiquíssima, mas as palavras-macete que eu sei são: thou (you), thee (you, mas no final da frase/depois do verbo), art (are). E vendo o poema, eu posso presumir outras: luve (love), gang (gone), fare-thee-weel (o que seria farewell to you), etc. Vê? Inglês é isso! Um pouquinho de conhecimento, um pouquinho de decoreba e muita intuição! 

Vocês conseguem entender o poema agora? Depois dessa ajudinha? Em tradução livre, eu entendo o seguinte:

"Meu amor é como uma rosa vermelha, recém brotada em Junho. Meu amor é como a melodia docemente tocada com afinação. Por ser tão linda, minha "bonnie lass" (bonnie lass, de acordo com uma pesquisa rápida no Google, é um poema escocês famoso que conta um romance entre uma guria e um soldado, e também uma forma carinhosa de se referir a uma mulher), eu estou profundamente apaixonado, e eu vou continuar a te amar, minha querida, até todos os mares secarem. Até todos os mares secarem, querida, e as pedras derreterem com o sol... e eu ainda vou te amar, querida, enquanto os "grãos de areia da vida" continuarem a correr (acho que ele quis dizer até ele morrer, né?). E até mais, meu único amor... e até mais, por enquanto. E eu voltarei, meu amor, mesmo se fosse dez mil milhas"

Ela musicada fica assim: 


Mas a versão que eu gostei mesmo foi a dessa linda escocesa com um mais lindo ainda sotaque escocês (que aliás, vai ser interessante pra vocês escutarem o sotaque de lá): 


Aliás, Robert Burns também é o autor da famosa Auld Sang Lyne, a clássica música de final de ano, a que eu já me referi neste post aqui, sobre o Ano Novo em terras britânicas.

Enfim, curtiram esse cadico de cultura britânica?
Eu sei que eu curti pesquisar tudo pra contar pra vocês!

Euzinha congelando em Edimburgo.
Enjoy!